sábado, 6 de agosto de 2011

Não mata, Constrói

Amanhã faz um mês que cheguei à Índia.
Ao olhar para trás vejo um conjunto de situações que me abriram os olhos para o meu mundo em Portugal. Só quero comida, uma cama, estudar e ter a família e amigos por perto. Para mim isso é mais do que suficiente para ser feliz. Não preciso de grandes ostentações. Já nasci sem nada. Talvez seja por isso que ao ouvir a voz da minha irmã ao telefone me fez ganhar o dia. Já não ouvia a sua voz desde que vim de Portugal. Falei com ela, o seu companheiro, os meus primos de França e os meus pais. Foi bom ouvir a sua voz. Foi inevitável conter as lágrimas quando explicava em inglês à Alondra (mexicana) quem me tinha ligado. Nestes últimos dias na índia tenho começado a sonhar com o meu quarto, o meu espaço, e é inevitável começar a sentir saudades do meu mundo em Portugal. Faz tudo parte da experiencia. Eu sei que isto é o melhor para mim. Tenho apenas 19 anos e estou na índia a servir os outros. Abdiquei de muito por isto. E por pior que os dias se possam tornar, encaro-os como oportunidades de crescer, aprender e reinventar.
A valeria, a Sylvia e o Roman foram viajar este fim-de-semana. Eu fiquei em casa com a Alondra. O Bruno já está aqui instalado.
Hoje fomos ao Indian Gate com a Soraia e o Gonçalo (amigos da nossa AIESEC que já acabaram o seu estágio no Punjab e agora estão a viajar pela Índia).
Falta uma semana para terminar o estágio na escola. Vamos ter uma festa onde os pequenos irão dançar uma música portuguesa, que temos tentado ensinar.
Vou ter saudades daqueles pequenos rizonhos. Ensinaram-me mais do que qualquer livro. Obrigado.
A beleza desta multidão,
Não se encontra no chão,
Sujo, poeirento, que te suja a vista,
Simpatia das pessoas que te conquista.
Mistura de cores, Ilustres padrões
Cultura, Celebrações.
Ao mesmo tempo conservadores e modernos,
Nunca perceberás a capa dos cadernos.
Até onde podes ir,
Como olhas, como sentes…como vestir.
Aqui não à espaço para lamentos,
A realidade é crua, cheia de tormentos.
Custa ver tudo isto, mói.
Mas no fundo não mata e sim constrói.
Vale de Gato, Mónica.

1 comentário:

  1. Uau... belo poema.. é sentido, tenho a certeza... Bem.. continua forte!!! Mts beijinhos!!!!
    Melissa-Bela

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