segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fim

Não é o fim do blogue. Pois muitos sonhos se seguem. É o fim desta maravilhosa luta pelo sonho de ir à Índia deixar a minha marca. Batalhei, chorei, desacreditei mas no fim a sorte apareceu, e tudo aconteceu. Faz hoje uma semana que estou em Portugal, e posso dizer que o meu quarto encontra-se praticamente vazio. A demasia que encontrei aqui não me preenche, e por isso irei doar a uma instituição os meus bonecos, livros, CD's, roupas... Se mudei, talvez. Pelo menos o meu quarto mudou. Talvez ele seja um espelho de quem eu sou agora. Livre de futilidades, só com o essencial cá dentro. Porque na verdade não precisamos de muito para sobreviver, viver e ser felizes.
Aqui vai o video que fiz sobre a minha viagem, para nunca me esquecer do que foram estes quase 4 meses de luta e glória. http://youtu.be/7hxZ2mpnSfQ

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Final Days

Nestes últimos dias tenho estado doente. Alguma febre, e predominantemente dores de cabeça. Fico feliz de ficar doente a dias de ir para casa. Menos mau. Penso que a causa do mau estar foi a comida de rua que comi. Mas faz tudo parte da índia.
Amanhã, sábado, vou trabalhar. O meu estágio supostamente acabava 4ª mas simplesmente não consigo dizer adeus aos pequenos. E amanhã já que têm aulas irei aparecer por lá e despedir-me deles.
Ontem e hoje aproveitei para finalmente ir às compras. Ainda não tinha comprado nada para mim. Foi difícil gerir o dinheiro, realmente foi uma sobrevivência aqui em Deli, mas a dias de ir embora posso então pensar em comprar algo para oferecer à minha família. Gostava de comprar imensa coisa e oferecer a todos os meus amigos que me ajudaram nesta viagem mas monetariamente é difícil e espaço na mala também é escasso. Mas há sempre espaço para uma lembrançazinha.
Há tanto para contar, tanto por dizer desta viagem. Tantas perguntas que ficam no ar. Tanta é a vontade de regressar à Índia no futuro.
Vou ter saudades da poluição, do barulho, dos carros a apitar, dos mercados, de regatear, das roupas das mulheres, da comida, do picante que me mete a respirar pela boca, dos nervos, das alegrias, dos momentos incertos, dos pés inevitavelmente sujos, da roupa não mais branca, da carruagem de metro especial para as mulheres, das suas enormes unhas dos pés, das suas pintas na testa e furo no nariz, das suas tranças longas e pretas, da miséria, das crianças que me puxam o braço pedindo dinheiro e que me fazem sentir grata pela vida que tenho, do difícil e doloroso que é recusar lhes dar dinheiro, da tentativa de perceber o que é certo e errado, das bolachas tigger krunch que só custam 10 rupias, dos olhares de curiosidade, das vezes que pedem para tirar uma fotografia comigo, de assistir a conversas em hindi e começar a sorrir só porque se estão a rir (como se eu entendesse o que tivessem a dizer), das ventoinhas no tecto, da música, das danças, das cores, das pessoas… Vou ter saudades acima de tudo das pessoas que aqui conheci.
Não sei se volto melhor ou pior. Não sei o que aprendi. Apenas sei que na tentativa de rotular algo, na tentativa de compreender muita coisa, nunca compreendi verdadeiramente nada. Apenas entendi quando me deixei levar pela cultura sem perguntar porquê. Pois muitas das vezes não há um porquê. Estando dentro dela podes percebe-la mas nunca verbaliza-la.
Por isso por mais que escreva, nunca irei conseguir contar tudo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Conforto

Finalmente passado um mês tomo o meu primeiro banho de água quente, toco num micro ondas e sento-me num sofá para ver televisão. Quase que me tinha esquecido de como é essa sensação. Desde que vim de Portugal que esse tipo de acções ficaram de parte. Agora nesta casa, a uma semana de ir para o meu pais, encontro o conforto que me espera.
Tem sido bastante bom ficar aqui em casa. Não apenas pelas excelentes condições, mas porque esta família, mãe e filho, me fazem sentir bastante bem. Boa comida indiana e acima de tudo muitas gargalhadas. Agora que ando sem a Valéria, a minha companheira portuguesa, o português fica a um canto. Tenho por isso saído sozinha e vagueado no meio da miséria, fixando bem a sensação de estar rodeada de pessoas indianas e de toda uma paisagem suja e confusa, onde é impossível respirar fundo tal é o cheiro intenso a lixo e poluição.
Confesso que tenho saudades dos meus companheiros de quarto. Eles voltam amanhã de viagem. São amigos para a vida.
Já falei com a Ana Cabral, da AIESEC LISBOA ISCTE, que está actualmente à frente dos non-corporative projects e há muito trabalho para fazer. Por isso um dos meus objectivos, trabalhar na AIESEC e neste ramo, está sendo realizado. Agora é só aparecer por lá e botar mãos à obra.
Mais uma vez comecei a pensar no meu futuro. Estou a pensar ir estudar para França. Talvez fazer um mestrado lá. Isto porque precisarei de uns anos a tentar recuperar a língua que já está mais do que esquecida. Encontrei um mestrado excelente numa Universidade bastante prestigiada em Paris: Direitos Humanos e Acções Humanitárias. Poderei seguir uma carreira na diplomacia, organizações internacionais e jornalismo.
Aqui tenho possibilidade de pensar mais alto, pois conheço bastante gente estrangeira que pensa bastante numa carreira no estrangeiro. E deparei-me que o Inglês e Francês são línguas que se souber dominar me darão uma boa bagagem. Por isso, ERASMUS em Londres no 3º ano de Faculdade e mestrado em Paris faz todo o sentido. Principalmente após ter encontrado este mestrado que vai de encontro aos meus interesses.
Nunca fez mal a ninguém sonhar alto. No meu caso sonhei e aqui estou. E agora novos sonhos estão surgindo e felizmente terei tempo para trabalhar para a sua concretização.
E tu, já sonhaste hoje?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Bonança

Finalmente tenho um tecto!
Fiquei alojada na casa da irmã da directora da escola onde trabalho. A AIESEC falhou de novo, mudou de planos repentinamente, isto é, teria de ir para casa de uma rapariga que não conhecia e ainda por cima ia viajar para Jaipur no fim de semana com ela. Não confio neles por isso preferi ficar pela casa desta tão simpática família. Moram mesmo em frente do meu trabalho. Antes demorava uma hora e meia, agora um minuto.
A irmã da directora da escola vive sozinha com o filho e mais dois pequenos cães super gorduchos e amorosos. Tenho um quarto só para mim, comida, plasma, Internet, o trabalho é do outro lado da rua, o metro a 5 minutos…por isso penso que apesar de todos os maus momentos esta será portanto a minha recompensa. Não irei gastar muito dinheiro e assim talvez consiga finalmente comprar qualquer coisinha para a minha mãe, irmã e depois se sobrar para uma lembrança para os demais que me ajudaram nesta viagem.
Hoje foi o espectáculo dos pequenos. Festejavam a independência da Índia. No fim ofereceram-me flores, uns presentes e comida indiana que estava bastante boa. Ainda subi ao palco para dançar jay ho com os meus pequenos especiais (deficientes) e oferecer balões ao público. Foi deveras especial. Se há coisa que retiro boa disto tudo, são as pessoas da koshish special school onde tenho estagiado. Graças a elas tenho tido muitas alegrias e agora...um tecto! :)

Após a tempestade vem a bonança. Estou muito feliz por nos momentos mais difíceis estar sempre rodeada pelos que ainda são um bom exemplo para a Índia e todo o Mundo, pela sua hospitalidade, dedicação e ternura. Obrigado.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Hard Days

Os últimos dias têm sido uma prova de fogo.
Acordei de manhã com o Land Lord aos berros a pedir o dinheiro pelo quarto do buraco onde vivemos. Como é óbvio todos os estagiários da casa se recusaram a pagar pois é a AIESEC que tem de fornecer alojamento, e no meu caso só tenho de pagar 1000 rupias e já paguei 3500. Por isso, apesar de todos os esforços para explicar que o nosso contrato é com a AIESEC DELHI e não com o sítio onde estamos, ficámos entre a espada e a parede. Ou pagávamos ou tínhamos de deixar o local. Fizemos imensas chamadas a membros da AIESEC DELHI mas foi em vão. Ninguém apareceu e as promessas de um novo alojamento ficaram por terra. Hoje irá ser a 3ª noite que pago para aqui estar.
Acontece que já não se trata de lutar pelos nossos direitos mas sim uma questão monetária. Se pago o alojamento o meu dinheiro literalmente acaba. E não irei, não irei mesmo pedir aos meus pais mais. Por isso, ficarei à espera que a AIESEC devolva o dinheiro que paguei a mais, de modo a conseguir sobreviver à próxima e última semana na Índia.
A minha TN Manager, a Manvi, disse que podia passar a última semana na sua casa. Pois referi-lhe que realmente não tenho dinheiro para pagar a estadia. A Valéria irá viajar pela Índia, porque o nosso estágio acaba esta semana, e eu ficarei por Delhi.
Esta situação de não ter onde ficar, de lutar para ter um simples tecto e dinheiro suficiente para comer, tem-me posto no limite. Tenho a cabeça cheia, sinto-me como uma bomba relógio. É certo que podia pedir dinheiro aos meus pais, mas quero obrigar-me a viver assim. Porque são este tipo de experiências que me vão fazer crescer e dar valor à vida que levava em Portugal.
Confesso que nos momentos de pressão, onde as minhas malas já estavam feitas e tentávamos pedir o máximo de tempo ao landlord (1 hora) para a AIESEC resolver o nosso problema que nunca chegou a resolver, comecei a perder o controlo. A vontade de apressar a minha chegada a Portugal aumentava, e por segundos ia saindo pela porta a fora com o Roman que ia mudar o seu bilhete ao Aeroporto. Respirei fundo e disse: “No Roman. Forget it. Go. I can handle with is”. Na minha opinião não consegui lidar com isto, consegui apenas sobreviver.
Hoje pagámos mais uma noite. Um quarto a dividir por 4 pessoas. Iremos ficar 4 em 2 camas juntas. O Bruno e o Roman mudaram-se para outro sitio.
A 2 semanas de ir para casa, os piores e mais difíceis momentos, tenho-os vivido agora. Nunca ninguém disse que isto ia ser fácil, e eu sempre soube que ia ser duro. E sim, é duro. Mas vai dar-me um gozo enorme viver em Portugal depois de ter vivido em situações limite como estas.
O tempo está passando e tarda nada regressarei. Começo a ficar nervosa. Perdi coisas em Portugal, ganhei coisas na Índia. Eu não sou igual, e a minha vida em Portugal (mesmo eu estando fora) já não é a mesma. Por isso estou um pouco amedrontada com o meu regresso. Não sei se vai ser o famoso feliz regresso à Pátria. Irei estar feliz por ver os meus familiares e amigos como é claro, mas experienciar o meu ambiente de novo poderá ser um novo choque cultural. E acredito que as saudades deste lugar, das pessoas que aqui conheci irão corroer-me bastante. Mas que interessa? Consegui vir à Índia deixar a minha marca, conheci crianças maravilhosas, fiz amigos para a vida e conheci um novo rumo de aspirações e sonhos que irei perseguir arduamente. Pois se há coisa que eu percebi mal aterrei na Índia é que quando se luta pelos sonhos, eles tornam-se realidade.

sábado, 6 de agosto de 2011

Não mata, Constrói

Amanhã faz um mês que cheguei à Índia.
Ao olhar para trás vejo um conjunto de situações que me abriram os olhos para o meu mundo em Portugal. Só quero comida, uma cama, estudar e ter a família e amigos por perto. Para mim isso é mais do que suficiente para ser feliz. Não preciso de grandes ostentações. Já nasci sem nada. Talvez seja por isso que ao ouvir a voz da minha irmã ao telefone me fez ganhar o dia. Já não ouvia a sua voz desde que vim de Portugal. Falei com ela, o seu companheiro, os meus primos de França e os meus pais. Foi bom ouvir a sua voz. Foi inevitável conter as lágrimas quando explicava em inglês à Alondra (mexicana) quem me tinha ligado. Nestes últimos dias na índia tenho começado a sonhar com o meu quarto, o meu espaço, e é inevitável começar a sentir saudades do meu mundo em Portugal. Faz tudo parte da experiencia. Eu sei que isto é o melhor para mim. Tenho apenas 19 anos e estou na índia a servir os outros. Abdiquei de muito por isto. E por pior que os dias se possam tornar, encaro-os como oportunidades de crescer, aprender e reinventar.
A valeria, a Sylvia e o Roman foram viajar este fim-de-semana. Eu fiquei em casa com a Alondra. O Bruno já está aqui instalado.
Hoje fomos ao Indian Gate com a Soraia e o Gonçalo (amigos da nossa AIESEC que já acabaram o seu estágio no Punjab e agora estão a viajar pela Índia).
Falta uma semana para terminar o estágio na escola. Vamos ter uma festa onde os pequenos irão dançar uma música portuguesa, que temos tentado ensinar.
Vou ter saudades daqueles pequenos rizonhos. Ensinaram-me mais do que qualquer livro. Obrigado.
A beleza desta multidão,
Não se encontra no chão,
Sujo, poeirento, que te suja a vista,
Simpatia das pessoas que te conquista.
Mistura de cores, Ilustres padrões
Cultura, Celebrações.
Ao mesmo tempo conservadores e modernos,
Nunca perceberás a capa dos cadernos.
Até onde podes ir,
Como olhas, como sentes…como vestir.
Aqui não à espaço para lamentos,
A realidade é crua, cheia de tormentos.
Custa ver tudo isto, mói.
Mas no fundo não mata e sim constrói.
Vale de Gato, Mónica.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

"Dias de Luta, Dias de Glória"

Ontem chegou o meu colega da AIESEC Nova, Bruno Geraldes, e combinamos nos encontrar em Malvya Nagar (estação de metro perto da minha casa). Por sorte encontrei-o e fomos jantar ao City Walk (shopping a 5 minutos daqui) com o seu amigo chinês do Canadá e o Roman (Rússia). Foi bom ver mais um português por estes lados. Já falei com o seu TN Manager, a Manvi, para o trazer cá para casa. Assim já não custa tanto ver a casa ficar vazia se vierem mais estagiários. Pois continua a ser difícil ver a cama do egípcio vazia. Já falei com ele, Ahmed, e está tudo bem. Chegou são e salvo ao Egipto e trouxe uma barata na mala como recordação.
Este fim-de-semana os meus colegas de quarto vão viajar, contudo preferi ficar em casa para poupar dinheiro para ir aos Himalaias na outra semana. Ficarei só cá eu e a Alondra e talvez o Bruno, se sempre se mudar para cá.
A Valéria está a ficar seriamente doente. Está com febre, dores musculares e problemas intestinais. Ambas comemos sempre a mesma coisa, por isso não sabemos ao certo o que é. Esperemos que não seja nada. Até lá, tem ficado na cama a descansar. Ontem trouxe-lhe uma sopa do shopping, pode ser que ajude a aconchegar o estômago.
Como o nível de vida em Delhi é bastante caro começamos a cozinhar em casa. E muitas das vezes quando vou para comer os cereais ou meter massa a cozer, encontro um batalhão de formigas. Foi e é nojenta a guerra diária que passo a aniquila-las. Para não falar nas baratas do tamanho de grilos que parecem coelhos a saltar. É qualquer coisa este buraco onde vivemos.
Na escola onde estou a estagiar, tenho enfrentado bastantes dificuldades. Quero fazer algo de útil mas os recursos são escassos e muitas das vezes as crianças nem lápis têm para escrever. Pensei em contactar várias empresas mas não tem sido fácil pois não temos net. A AIESEC delhi está para nos arranjar Net já lá vai um mês. O Ahmed deixou-nos a sua pen da Vodafone, recarregável, para acedermos à Net e o meu amigo Saatvik também nos cedeu outra. Amigo este que gentilmente nos colocou em contacto com grandes empresas, onde já estamos a preparar futuras reuniões para pedir doações para as novas instalações da escola. Tudo avança lentamente, mas ao menos avança.
Quanto à AIESEC Delhi nutro o maior desprezo à fase da terra. Colocaram-nos neste buraco e pouco ou nada fizeram para melhorar as condições mínimas que foram referidas no contrato. O Roman, está a 2 semanas de ir embora e continua sem estágio. A Alondra começou a estagiar porque decidiu aparecer na escola onde irá leccionar e há uns dias atrás alguém da AIESEC liga para a escola a dizer que não conseguem falar com ela e que ela está indisponível, pelo qual a escola responde que ela já se encontra a trabalhar. Como é óbvio eles têm o seu contacto, e simplesmente não apareceram para a levar à escola como combinado. E muitas mais histórias de estágios falhados. Simplesmente porque esta AIESEC Delhi gosta de brincar às organizações, e adora ter imensos números de estagiários e ser considerada um dos melhores pólos de Exchange. Em números é, agora em qualidade não. Tratam as pessoas como animais. Felizmente nem todas as AIESEC são assim. E tenho pena que este pólo na capital da Índia seja uma completa vergonha. É uma mancha nesta organização e tenho pena que assim seja.
Apesar de tudo não me arrependo de ter escolhido vir para cá. Acho que o facto de isto não ser nem de perto nem de longe um mar de rosas me faz crescer e me tornará bem mais forte. Lutei muito para poder aqui estar. E agora que aqui estou lutarei para aqui continuar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tears

Para mim, hoje foi o dia mais difícil que passei desde que cheguei à Índia. Já passei por muito aqui. Desde falta de água, luz, ar condicionado… até internet. Mas hoje foi o dia em que me senti mais devastada. Um dos estagiários da AIESEC, voltou hoje para casa e custou-me bastante pois tornou-se um grande amigo. Vê-lo partir para longe, Egipto, deixa-me bastante triste. Bem sei que a próxima aventura irá ser ir ao Egipto. Agora não tenho a menor dúvida. Sempre quis lá ir e agora ainda tenho mais vontade de descobrir tal país. O país de uma pessoa que aguentou acordar com almofadas na cara, com luzes de lanterna nos olhos, que provou nutella com a cara...que aguentou as brincadeiras desta portuguesa.
Chegámos ambos à conclusão que apesar de sermos de diferentes países, somos iguais. Por vezes até nos esquecíamos que há mesa estava uma portuguesa e um egípcio. Simplesmente somos de locais espaciais diferentes, coisa que não faz de nós necessariamente diferentes.
Nunca pensei que podia vir a estabelecer laços tão fortes com alguém de um país e cultura tão diferentes em tão pouco tempo. Chorei bastante quando o vi partir. É menos um mosqueteiro nesta casa. Por sorte fiquei com um papiros onde o mesmo escreveu uma dedicatória, que apenas li depois de ganhar coragem para tal. Tenho também na minha bandeira uma dedicatória do mesmo.
Espero voltar a vê-lo em breve. Combinámos que irei passar próximo verão na sua casa no Cairo.
Na vida não há nada pior do que ver alguém partir.
Irei partir da Índia este mês, dia 22. E também eu terei de ser forte no adeus. Deixar este buraco a que não faz sentido chamar casa, os meus companheiros (ahmed, alondra, sylvia, roman), esta cidade frenética à qual já me habituei…partir sempre de cabeça erguida. Pois no fundo tudo na vida é efémero.
"Some people come into our lives and quickly go. Some stay for awhile and leave footprints on our hearts. And we are never, ever the same."